"A chuva de ícones" é um conjunto de retratos da minha família alargada, baseados em Fotografias da minha infância, da pós-adolescência dos meus pais, das férias dos meus avós, da banal existência de alguns desconhecidos e da importância dos meus amores. A cativante e bela singularidade de uma lágrima no topo da pirâmide. A relevância de uma chuva, uma maré, o impacto de uma manada de ícones, de uma série de imagens religiosas. A minha própria religião e o seu próprio Deus que traz a cara que eu lhe dou, baseada na crença em mim mesmo, no trabalho e no esforço saudável - quase constante - de sorrir e ser melhor que o Eu do dia anterior. Na crença no amor e na inteligência dos meus melhores amigos, na procura mútua por compreender o inexplicável de quem se ama (quase) incondicionalmente. Na sorte e nos mecanismos de proporcionar essa mesma sorte cada vez mais, cada vez melhor. No sol, na beta-endorfina e na cerveja fresca. Nos sorrisos, nas gargalhadas, na partilha em geral e nos abraços que tão poucas vezes ficam registados. Nos olhares tenros e molhados, por vezes mesmo depois dos olhos já estarem fechados.